sábado, 25 de fevereiro de 2006

ARQUITECTURAS



Bairro 6 de Maio, Bairro de Santa Filomena, Cova da Moura, Brandoa e outros desmandos nas arquitectices dos nossos autarcas.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

UMA FRIDA ABERTA


Frida Kahlo nasceu no México em 1907 e morreu em 1954. Em vinte e oito anos produziu apenas 200 trabalhos, entre desenhos e quadros. A partir de hoje estão em exposição no CCB 26 obras suas que mostram a Frida aberta nesta mulher coragem que lutou numa época de enorme conturbação e onde as grandes mudanças sociais e culturais não deixaram de influir na sua obra. É contudo uma Frida pessoal e a sua vivência é o tema principal da sua obra. Esta autodidacta, pintora não surrealista como gostava de afirmar,( e não o contrário como pretendia André Breton, ideólogo do manifesto surrealista) , casada com o pintor Diego Rivera, fez a sua unica exposição em vida em 1953, no México e como estava em repouso por ordem do médico, apresentou-se na inauguração, vestida a rigor e metida na sua cama que foi transportada de ambulância para a Galeria. Uma exposição a não perder desta importante figura da arte mexicana do século vinte.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

UMA PERGUNTA NUCLEAR


Voltámos hoje a ouvir falar de energia nuclear e como tal da necessidade de Portugal ter centrais nucleares. Portanto temos que ter urânio e enriquecê-lo. Mas então não há o perigo de Portugal querer fabricar uma bomba atómica?

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

ALGUNS DISCURSOS SOBRE ARTE



"A própria linha tornou-se numa obra de arte, deixando de poder ser designada como casual, o que era possível quando a arte ainda se preocupava em dar aos objectos a forma como eram vistos"


Mondrian
1872-1944 - EUA
ALGUNS DISCURSOS SOBRE ARTE


"Quanto mais livre for o abstracto da forma, mais puro e assim, mais primitiva a sua percepção"


Kandinsky
1866-1944 - Rússia

domingo, 19 de fevereiro de 2006

A CANETA É UMA ARMA


A caneta é uma arma que alguns esgrimem e disparam
em todas as direcções
Canetas carregadas de tinta homicida dirão uns
de tinta suicida dirão outros
e nesta controvérsia dão-se tiros nos pés
à queima-roupa
e estamos então a suicidar os pés
e não podemos regressar ou regressaremos a penates
porque temos armas mas não temos tomates
porque isto de agricultura
bem plantada
não é preciso semear ventos
nem colher tempestades
basta ser marinheiro
e saber navegar
nas searas da democracia
mas outros há que zarpando mar adentro
navegam na cobardia
são como ratos que saltam do esgoto sorrrateiros
estilhaçam o queijo e morrem num rodado de autocarro
e nós continuamos a ter medo dos ratos
já não lhe pomos ratoeiras
deixamos que convivam em nossas casas
que cresçam e engordem das nossas migalhas
que espraiem nas nossas ruas e protestem
e nós condescendentes sorrimos
que o perigo é noutra rua é noutro bairro
e os nossos filhos partem para outras cidades e lutam
e morrem por uma democracia que não a deles (a dos ratos)
democracia corroída tantas vezes pela pena suicida
carregada daquela tinta mortífera que aliena
e destrói o pensamento
ENVELOPE 9 & COMPANHIA



A prova: noves fora nada!
A NOSSA TELEVISÃO


Telejornais de uma hora e tal, conteúdos de faca e alguidar, telenovelas de manhã à noite, meninas que pensam que são gente, côr de rosa até, jet set da treta, filhinhas dos papás, loiras e burras por aí, não esquecendo algumas morenas ( e morenos) que não sabem português, locutores e politicos que usam termos estrangeirados (para dar importância) que falem em "mídias" ( média, meninos, média), filmes repetidos vezes sem conta, Hermanes e Monchiques em provosão (a maricada está em moda). Muitos mais ingredientes têm as nossas queridas televisões, mas no fundo temos o que merecemos num país (ou algumas, muitas pessoas) que infelizmente temos.
A FIGURA E OS FIGURÕES



Joe Berardo pede um espaço para poder colocar à disposição dos portugueses a sua colecção de arte, avaliada em mais de 4000 obras. Uma tal ministra da cultura "exige" para tal, a doação ao estado deste fabuloso espólio. Que triste figura fazem alguns figurões da nossa praça...
PERGUNTAS INOCENTES


Quem é Deus? e Alá? e Maomé? e Jesus? e o Diabo? E os profectas quantas são? Será que temos que organizar um campeonato euro-árabe de futebol? E o sorteio o que daria? Deus contra Maomé ou Jesus contra Alá? Então e os Marroquinos não serão também muçulmanos? E os indonésios? Em que liga jogariam? Não é só no mundo do Futebol que temos visionários, algures por aí, nalguns ministérios, também os há.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

TATE MODERN


Galgar a cidade para sul, sair no underground de Mansion House, percorrer algumas centenas de metros sob um frio de - 4º, atravessar o Tamisa pela Southwork bridge com um vento de cortar só podia ser por uma boa causa: a Tate Modern! Londres tem quatro versões da Tate Gallery, o tempo só deu para visitar parte da Modern, onde se encontra uma vasta colecção de arte contemporânea. Não falarei hoje de Matisse, de Picasso ou de tantos outros pintores famosos que fazem parte do espólio da Tate, o meu deslumbramento vai para os expressionistas abstractos ali representados, nunca tinha visto tamanha representação duma pintura que me apaixona: Pollock, Newman, Still, Franz Kline, De Kooning e sobretudo Marc Rothko, com uma sala só para si, representado numa mão cheia de enormes telas, derramando emoções e extensões de cor que extravasam os quadros e nos remetem para uma profunda calma interior. Sentado no banco corrido a meio da sala, à média luz, mastiguei lentamente as sensações quentes e profundas que pairavam no ar.
Uma palavra para quatro pintores que eu não conhecia e vão merecer uma análise mais cuidada:
Cy Twombly e as suas quatro estações, pintadas em quatro enormes telas, a argentina Eilleen Agar e a autobiografia de Embryo, Constant com after us, liberty e Philip Guston com a tela de 1956 The return.
Uma tarde fria e cinzenta que foi aquecida pelo génio da pintura. Voltarei à Tate, aqui, para lembrar outros pintores representados no museu e voltarei a Londres para, então sim, percorrer a rota das quatro Tates.
O METRO

Um bicho de muitas cabeças


Sitiar-se em Marble Arch em plena Oxford street, percorrer a linha vermelha até Holborne, trocar aqui para a linha azul, passar por Leicester square e Piccadily Circus até Hyde Park Corner, percorrer longos corredores, subir escadas e passadeiras rolantes, mudar novamente de linha, contornar barreiras, galgar outros degraus, ir para a linha verde, mudar para a rosa ou para a cinzenta, parar e segundos depois entrar na carruagem, sair em Westminter ou em Notting Hill, entrar novamente, subir, descer , voltar à direita e à esquerda numa enredada paleta de cores, precisa, pontual e cansativa que se estende por uma cidade de onze ou doze milhões de habitantes. Esta aranha multicor não é um bicho de sete cabeças!
O RENDER DA GUARDA



A guarda rende-se, pela manhã, à entrada do palácio. A banda, engalanada, toca marchas e músicas modernas, os guardas vestidos a rigor, perfilam-se hirtos na formatura, insensíveis ao frio e à plateia multinacional que se barrica junto às grades do palácio. As digitais disparam a cada segundo, as máquinas de filmar memorizam as imagens, as crianças encavalitam-se nos mais crescidos tentando ganhar altura. Os guardas continuam impávidos e serenos a render os camaradas, naquele passo firme e elegante que caracteriza o modelo militar. A guarda rende-se pela manhã e eu também.
A PROPÓSITO DA MINHA VIAGEM A LONDRES



Barrei o desconforto que a viagem retém, com a compota de sonhos que um novo mundo proporciona. Enguli os precalços que o aéreo me engendra e preparei os maxilares para para uma mastigação rápida e concisa duns nacos de outra cultura. Há quem classifique os países por mundos, não sei se correctamente ou não, assim pensando, aterrei na cinzenta cidade de Londres, pertença de um mundo primeiro, vindo duma cidade e dum país que adoro, mas de um mundo que eu não quero classificar.