sexta-feira, 30 de novembro de 2007

UM DIA NA VIDA DE UM REFORMADO




Oiço tantas vezes dizer que a vida de reformado é uma maravilha, que não se faz nada, é só descanso. Pura ilusão! Ontem fiz uma pequena agenda para o dia de hoje onde anotei cinco pontos que teria que ter em conta:

1 - pelas dez horas da manhã ir ao dentista
2 - a seguir visitar os colegas da Petrogal e fazer o euromilhões
3 - correr aos ctt e levantar uma carta
4 - comprar uns sapatos ténis para a cara-metade
5 - ir ao fim da tarde ao Corte Inglés para a aula de poesia


Seria um dia bem preenchido com coisas boas se...
...pela manhã não tivesse uma pequena altercação com o João Pedro, coisas de pais e filhos, se...
...o dentista tivesse aparecido, se...
...os colegas da Petrogal não tivessem uma acção de formação e se não tivessem ausentado, se...
...a carta dos ctt não fosse uma multa de trânsito, se...
...não me tivesse esquecido de comprar os sapatos, mas...
... para compensar isto tudo a aula de poesia teve a leitura de poemas meus, do livro "Este mar que arde" ditos pelo José Fanha. Um dia cheio de precalços mas preenchido de manhã à noite.


quinta-feira, 29 de novembro de 2007

AEROPORTOS, E PORQUE NÃO?




Há quem queira só a Portela. O Governo (e não só) quer a Ota. O sr. Vanzeler manda fazer estudos para Alcochete. Outros clamam Portela mais um. A Associação Comercial do Porto e a Universidade Católica apontam para Portela mais Montijo. Além da A.I.P. (Associação dos Inválidos da Porcalhota) cujo estudo aponta para um só aeroporto entre a Damaia e a Porcalhota, também eu mandei fazer um estudo à M.E.R.D.A. (Movimento Ecológico e Radiográfico Dos Aeroportos) e cujos resultados dão como melhor opção, um aeroporto na Portela, outro na Ota, outro no Montijo, outro ainda em Alcochete e finalmente outro, em túnel, debaixo do rio Tejo com vistas para o mar da palha. Estará assim resolvido o problema do tráfego aéreo, sendo que, para complementar a interligação entre todos estes locais, implementar-se-á uma rede de TGV em túnel até aos Açores e à Madeira, passando pelas Canárias até Madrid. Assim, aquele objectivo dos 150.000 empregos a criar, será completamente ultrapassado, pois para tais empreendimentos serão necessários pelos menos 300.000 novos imigrantes, o que dará o novo impulso ao Bairro de Santa Filomena, à Cova da Moura e ao bairro 6 de Maio. A segurança social terá novos contribuintes, o Ministério das Finanças poderá aumentar o iva da fuba, da mandioca e das extensões para o cabelo e o Estrela da Amadora poderá exportar para o Manchester United novos Nanis, Miguéis e outros artistas da bola. Este país é um paraíso.
APOIANTES



Os apoiantes de Péron, são peronistas; os apoiantes de Salazar, são salazaristas; os habitantes do Magrebe, são magrebinos; os que adoram Bizâncio são bizantinos; os que apoiam Sócrates são sócretinos!
PARAÍSO




Triplicaram os crimes sexuais. No problem. A segurança na noite é frágil. No problem. Aumentam os assaltos nas ruas. No problem. Apenas 27% dos detidos por problemas com droga são detidos. No problem. Os acidentes na estrada aumentam.No problem. Os ordenados não sobem, o custo de vida dispara. No problem. Os reformados agonizam e os jovens desencantam-se. No problem. Temos o défice que temos e a inflação e o pib e a balança comercial e os orçamentos. No problem. O desemprego está na moda e os empregos são déjá vu. No problem. A educação não se educa, a saúde está doente, a segurança social não assegura. No problem. A economia é muito pouco económica e as finanças não financiam nada. No problem. Oh meu Deus, falta tão pouco para "isto" ser o paraíso!
AS NAUS CONTINUAM A ZARPAR




Sócrates vai à Índia. Adamastor onde estás tu?
DESENVOLVIMENTO HUMANO




Portugal está em 17º na tabela de poder de compra, literacia e esperança de vida. Europa a 25? Como é belo!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

DICIONÁRIO DE A a Z


CORRUPÇÃO

Acto ou efeito de corromper; devassidão; desmoralização.

(Grande Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo)


Ps. Palavra que devia de ser retirada dos nossos dicionários, já que neste país de brincar não existem corruptos, nem corrupção.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

DICIONÁRIO DE A a Z




BELO


Que tem forma agradável; que tem proporções harmoniosas; conjunto de qualidades que despertam um sentimento elevado e especial de prazer e admiração; que apraz ao coração e à inteligência como obra de arte.

(Grande Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

UMA SEMANA DE ARTE



Depois de uma ida ao CCB com os meus alunos de pintura da Universidade Sénior da Amadora, no dia 8 quinta-feira, voltei à noite para a inauguração da exposição "Caminhos excêntricos". No Sábado pelas 18 horas fui à inauguração de uma exposição de fotografia e pintura na Casa Roque Gameiro na Amadora. No Domingo, troquei o Centro Cultural de Belém pela Gulbenkian e fui ver no centro de exposições temporárias a exposição "Um Atlas de Acontecimentos", passando depois pelo centro de arte antiga onde conjuntamente com a exposição permanente se encontra uma outra dedicada aos "Gregos". Para rematar, pelas 16 horas fui ao Parque das nações onde se encontra a "Arte Lisboa". Um fim-de-semana diabólico, sem o meu pequeno almoço à beira rio, mas com uma ementa recheada de outros "manjares".

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

CAMINHOS EXCÊNTRICOS


Reataram-se no Centro Cultural de Belém as exposições temporárias, que se mantiveram encerradas enquanto se procediam às obras para instalação do Museu Colecção Berardo. Iniciou-se ontem este novo ciclo, com a exposição Caminhos Excêntricos e seguir-se-à dia 15 de Novembro a exposição "Um Teatro sem Teatro" co-produzida com o MACBA-Museu de Art Contemporani de Barcelona. Na inauguração de ontem, cuja visita é sempre limitada pela afluência de público ficou-me na retina três quadros de um jovem pintor checo de seu none Daniel Pitin. Óleos de grandes dimensões apresentam temas reais e figurativos que merecem para já uma outra ida ao CCB para uma observação mais cuidada. A exposição apresenta a arte contemporânia como reflexão actual dos processos de globalização na visão de 17 artista de seis países.
FEIOS, PORCOS E MAUS



Segundo os jornais deste quintal a que chamamos país, fomos galardoados com mais uma medalha de ouro. Estamos em primeiro lugar nesta europa a 27, no que diz respeito a falta de higiene. Já Vitorino Nemésio escrevia no seu livro "Mau Tempo no Canal" que os ingleses se referiam aos portugueses como sujeitos que ainda cuspiam no chão. Décadas se passaram e os portugueses continuam a cuspir para o ar e a assobiar para o lado. Este país não avançará enquanto a prioridade primeira não for a educação. Senão continuaremos a ser "Feios, Porcos e Maus".

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

DICIONÁRIO DE A a Z


ARTE


Conjunto de preceitos para bem dizer ou fazer qualquer coisa; artifício; habilidade; ardil; maldade.

(Grande Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo)


Ah grandes artistas...
AH GRANDES ARTISTAS




A exposição do Museu Colecção Berardo, patente no CCB, está dividida em seis módulos. Também a governação socialista está dentro destes parâmetros, senão vejamos:


No Museu: o poder da côr
no governo: a côr rosa

no Museu: figura reiventada
no governo: o ditador

no Museu: autonomia
no governo: o que mais se tem retirado aos portugueses

no Museu: minimalismos
no governo: os aumentos de ordenados e regalias

no Museu: surrealismo e mais além
no governo: os ministros e companhia

no Museu: pop e cª
no governo: a música que nos dão
O QUE É O SOCIALISMO?



...É a reclamação da justiça e da igualdade nas relações dos homens; dos homens que a natureza criou livres e iguais, e de que a organização social fez como que duas raças inimigas, uma que manda, goza e oprime, outra que obedece, trabalha e sofre: dum lado, senhores, aristocratas, capitalistas; do outro, escravos, servos, proletários...

Definição de Antero em 1871, e transcrita da Enciclopédia Internacional Focus


Onde é que eu já vi isto?

terça-feira, 6 de novembro de 2007

UM DIA DIFERENTE



Quando era miúdo adorava ir à Praia das Maçâs passar férias. Não era apenas aquele riacho que serpenteava pelas areias formando pequenas enseadas e desaguando depois no mar; nem o homem das bolas de Berlim, gritadas areal fora; nem sequer o pinhal que fronteava a casa das minhas tias, pleno de pinhões e camarinhas que faziam as nossas delícias. Era sobretudo o quarto do meu primo Zeca, recheado de surpresas, que ele, muito mais velho que eu, fazia saltar das gavetas. Eram recordações da meninice dele, jogos, brinquedos, bonecos de todas as cores e feitios, que ele me oferecia e eu delirava. Hoje, sou, não um coleccionador, mas um juntador de coisas pensando que um dia mais tarde, filhos ou netos, encontrem numa gaveta, numa caixa ou num canto qualquer, alguma coisa que os encante. Com as obras que tenho feito em casa, o espaço para as colecções não sobra, nem sequer para o amontoado de coisas que vou juntando. Assim, tudo tem sido transferido para o atelier de pintura, em caixas, em malas, em sacos. Por acaso hoje fui a um desses sacos procurar um cabide e encontrei uma lata que em tempos deve ter servido para acondicionar rebuçados e qual não foi o meu espanto quando descobri que estava cheia de legos. Peças de várias engenhocas, peças de um tempo que o João Pedro, meu filho,viveu quando criança. Como me ia encontrar com a Matilde, minha neta, resolvi levar a lata para lhe mostar. À noite, antes do jantar, despejei ao conteúdo da lata no chão e foi com alguma emoção que vi o João e a Matilde a a desbravar as peças e a tentar encaixá-las. Da cena, apenas duas notas quero realçar, a primeira da Matilde, que virando-se para o tio lhe pergunta «tio João ofereces-me os legos, está bem ?» e do João que virando-se para mim, pediu «passa-me aí essa peça, que se bem me lembro tem um perno partido» . Passaram-se mais de vinte anos, a peça continua partida, o nosso imaginário continua vivo, a geração Matilde agradece. As minhas caixas continuam no atelier, cheias de coisas velhas, que um dia os filhos e netos desbravarão.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

CORRUPÇÃO




Estreou há dias o filme "Corrupção". Onde é que eu já vi este "filme"? Foi baseado no livro de Carolina Salgado, mas poderia ser baseado em qualquer "outra novela" de que Portugal é fértil. A prepósito recomendo a leitura do livro "Golpe de Estádio" que já tem uns anitos, mas que a Editora Terramar resolveu, e bem, fazer nova edição. É uma história fícticia (?!?!) com nomes fícticios, mas que são bem reais. Dez vezes melhor que "corrupção", vale a pena ler. Para completar este leque de leituras sobre o futebol e suas "estórias" será bom estar atento ao livro "Futebol traído e humilhado" da autoria do mestre do jornalismo desportivo Alfredo Farinha. Hoje não há mais "Bíblias de futebol", antes sim, existem "manuais de terrorismo e subversão". No país dos três efes ( Fado, Futebol e Fátima) eu posso acrescentar mais um, que obviamente, e por pudor, não escrevo, mas que deixo à vossa imaginação.

domingo, 4 de novembro de 2007

O EL CORTE INGLÉS, OS LIVROS E OS CURSOS



O livro "Éramos todos bons rapazes" encontra-se à venda, entre outros locais, no El Corte Inglés. Todos os meus amigos podem e devem visitar a livraria do piso 0 do edifício de S.Sebastião e para além de comprar o livro, podem inscrever-se nos cursos de âmbito cultural que El Corte Inglés promove habitualmente. Os cursos são grátis, a simpatia muita e a cultura não faz mal a ninguém. A Susana Santos, responsável pelo âmbito cultural, agradece.

sábado, 3 de novembro de 2007

A GUERRA

Os nossos silêncios não podem ficar escondidos neste lençol de tempo que cobriu uma geração. Somos muitos para tão pouca mostra. Aqui fica o meu testemunho da guerra do Batalhão de Artilharia 1924, que percorreu nas terras de Angola, 27 meses de solidão e isolamento, de alegrias e temores.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

MENTES BRILHANTES



Neste país de faz de conta mais uma ideia genial, não sei se de uma ou mais mentes brilhantes. Agora, os condutores terão que ter estampado na viatura, um autocolante, avisando os demais, da perigosidade da sua condução. Se a moda pega, e à boa imagem hitleriana, usaremos na lapela um autocolante, tipo estrela de david, catalogando-nos pelos "pecados" que cometemos. Assim, os bêbados usarão uma targeta roxa, os gays um autocolante côr de rosa, os pedófilos um autocolante azul bébé, e assim sucessivamente para os depravados, os caloteiros, as prostitutas e toda uma gama de otários, salafrários e vigários, gastando toda a paleta de cores da Robbialac. Apenas uma côr deve ficar vaga: a preta. Essa fica reservada para os corruptos e para os políticos da nossa praça.