domingo, 4 de outubro de 2009

AS FESTAS DA CIDADE

Há muito tempo que o Vereador da Câmara Municipal da Amadora me lança o desafio de fazer uma apresentação do meu livro "Éramos todos bons rapazes". Este meu livro já foi lançado há algum tempo no Museu da Cidade, em Lisboa, mas o Dr. António Moreira achou, porque gostou do livro e porque eu como cidadão da terra, devia de fazer uma apresentação na cidade da Amadora. Tantas vezes vai o cântaro à fonte... que desta vez coincidindo com as festas da cidade se marcou para o passado dia 3 de Outubro o devido evento, aproveitando o facto de no contexto das festividades se realizar a feira do livro. E foi com muito agrado que pelas 16 horas desse sábado o pequeno auditório do Parque Delfim Guimarães se encheu para ouvir o orador da tarde que foi... com uma pequena rasteira que preguei, o próprio Vereador. Durante uma hora o Dr.António Moreira dissertou sobre a escrita da guerra do ultramar, disse dos ilustres escritores que dela falaram, e finalmente falou do meu modesto livro. As suas palavras sensibilizaram-me, e segundo me apercebi também a plateia que ficou rendida ao seu discurso. Tocou ele na profundidade do livro, dissecou-o, leu excertos e deixou-me sem palavras para dizer no final. Obrigado pelo seu discurso.

LISBOA OCIDENTAL

Há dias resolvi, e porque tinha de resolver uns quantos assuntos, ir a Lisboa pelo que apanhei o metro na Amadora Este até ao Cais do Sodré. Ainda não percebi porque é que a nova extensão da linha do metro vai à Reboleira, ao hospital de St.António, à porta da Academia Militar e depois ao Hospital Amadora-Sintra sem passar verdadeiramente pelo centro da cidade. Deve ser a única cidade do mundo onde o metro não tem estação no centro. Mas enfim, estamos já habituados a este tipo de actuações. A parte ribeirinha da cidade de Lisboa mete pena, desde o Cais do Sodré à rua da Boavista, à rua de S.Paulo tudo é triste, desarranjado, para não dizer porco. Fui pelo largo do Corpo Santo, percorri a rua da Alfândega e o cenário é o mesmo. O Terreiro do Paço está um nojo e percorrendo a baixa de lojas fechadas e as abertas, vazias de público, as casas a cair, desabitadas. Um comércio precário, um povo de passagem, uma cidade a morrer. Bem pregam estes politicotes de ocasião, as virtudes do voto em si (neles). Os prédios vão ficando velhos e vazios, as lojas sem clientes e antiquadas, as ruas esburacadas, convivem naquele "cemitério" citadino até ao enterro final.