sábado, 31 de dezembro de 2011

ANO NOVO, VIDA NOVA

Aqui fica a esperança, só a esperança, de que o novo ano não seja tão mau como se perspectiva. Este país de marinheiros navega em águas turbulentas e não se vislumbra terra à vista. É preciso segurar a nau, içar as velas, bombear a água para fora e zarpar com rumo certo. Já fomos imperadores no mundo, percorremos mares e oceanos, fixámos padrões em terras distantes, será que em terras de Afonso Henriques não conseguimos erguer a nossa bandeira? UM BOM ANO PARA TODOS!

REVISTA DO ANO

O MELHOR DO ANO:

- O casamento do João Pedro em Julho de 2011
- A exposição colectiva, "Diálogo de gerações" com a Rita, o João, a Matilde e o Gustavo.

O PIOR DO ANO:

Os partidos, os políticos, os economistas e toda a cáfila de fazedores de opinião, que dizendo que sabem tudo, afinal não sabem nada e deixaram este país para além do imaginável.

domingo, 25 de dezembro de 2011

EXPOSIÇÃO

Esta exposição encontra-se patente na Biblioteca Piteira Santos, na cidade da Amadora e situa-se junto à Academia Militar. O horário é das 10.oo às 18.00 todos os dias menos ao Domingo.

EXPOSIÇÃO

Aqui fica o horário da exposição, que junta três gerações de artistas plásticos da mesma família. A não perder até 17 de Janeiro de 2012.

OS REIS MAGOS E A TRÓIKA

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Diz a lenda que três reis magos, montados em camelos, foram a Belém levar ao menino, o ouro que representava a realeza, o incenso que representava a fé e a mirra que era uma resina anti-séptica.

Diz o passado recente que três subalternos tróikianos, montados em audis, bmw e mercedes, passaram por Ajuda e Belém e aterraram no Terreiro do Paço para nos contar o ouro, restringir a fé e sedar com mirra.


Diz a realidade que o rei mago Gaspar, montado em nós, camelos, nos anda a gamar o ouro, a lançar fumaça para os olhos ( matando a fé e a esperança) e a fazer-nos mirrar, intoxicando-nos com a mirra (leia-se conversa da treta) esse produto resinoso e anti-séptico que serve para embalsamar o zé.








VOU EMIGRAR!

Vou para fora, cá dentro! Vou emigrar deste país da treta, destes políticos de meia-laranja, sabichões de meia-tijela, que prometem e não cumprem (ao povo) e cumprem o que os outros ordenam. Vou emigrar desta gente que só agora "cantam" o que há muito nós andamos a "cantar". Porque chegámos aqui? Com tantos doutores, sabedores e fazedores de verdades, o que fizeram? o que previram? Meus queridos, depois de sair a lotaria, também eu sei os números. Isto já não vai com palavras mansas, precisamos de uma revolução de outras palavras, precisamos da palavra das mulheres, dos reformados, da classe média. Temos que dizer não a esta classe política. Querem que nós emigremos, pois eu digo: imigremos!

É NATAL

Há quase dois meses que não escrevo uma palavra neste blogue. Não sei bem porquê. Talvez porque a vida de um reformado é, ao contrário do que muita gente pensa, uma vida agitada, cheia de pequenos nadas, que por portas e travessas preenchem os minutos preciosos dessa vida. Talvez porque os dias correm céleres, sem aviso do tempo percorrido e assim, galgando minutos e horas a velocidades estonteantes esmagam os afazeres deixando um rasto de saber a pouco. Mas apesar de tudo, viva o tempo, o que já percorremos e o que falta percorrer. Mais dias virão e com eles, as palavras, os gestos, os actos. Boas festas e bom ano!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

OH SE IMAGINAMOS...



Imaginem
00h30m
Imaginem que todos os gestores públicos das 77 empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.
Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.

Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas.

Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta. Imaginem que só eram usados em funções do Estado.

Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público.

Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar.

Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês. Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência.

Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas.

Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam.

Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares.

Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.

Imaginem remédios dez por cento mais baratos. Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde.

Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros.

Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada.

Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido.

Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.

Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal. Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.

Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo.
Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos.
Imaginem que país seremos se não o fizermos.

Eça escreveu sobre os dias de hoje. Já lá vão mais de 100 anos


Conhecido pelo realismo da palavra, Eça de Queirós versou sobre um país só comparável à Grécia, nas "Farpas" de 1872. Mais de 100 anos depois, a Renascença encontrou "queirosianos" num espaço que o próprio escritor frequentou e foi tentar perceber, com Eça como mote, o que mudou em Portugal.












Há um "cliché" que versa sobre as palavras e que diz que "há frases sempre actuais". Quando se espreita as páginas escritas por Eça de Queirós há mais de 100 anos, percebe-se que a actualidade é um tempo que se estende por vários séculos.


"Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento dos caracteres, mesma decadência de espírito", escreveu Eça nas "Farpas", em 1872. Fora do contexto, até pode parecer que foi pensado para os dias de hoje.

“Se lermos o Eça neste momento, verificamos que algumas páginas parecem completamente actuais. Uma crítica muito grande às elites e à sua debilidade, uma incapacidade total de sermos respeitados internacionalmente, um desprestígio internacional que só perde para a Grécia", diz à Renascença o advogado Pedro Rebelo de Sousa, que frequenta regularmente jantares "queirosianos" no Grémio Literário de Lisboa. Curiosamente, o mesmo Grémio que Eça costumava frequentar.

Além da ponte que estabeleceu com a Grécia, que é mais actual que nunca, Eça também escreveu sobre o receio de uma crise perene. “De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura”, lê-se numa correspondência do escritor, datada de 1891.

O actual embaixador de Portugal em Paris, que também frequenta os encontros no Grémio, não tem dúvidas. “Há muitas coisas que ele dizia da sociedade portuguesa do seu tempo que aplicaria à sociedade hoje”, refere Francisco Seixas da Costa.

“O Eça era um homem hipercrítico em relação a Portugal e esse hipercriticismo traduzia muito do que era o seu amor a um certo Portugal”, prossegue o embaixador. “O Portugal em crise era um pouco um Portugal que ele sofria...Se fosse vivo hoje, Eça teria alguns adjectivos que ficariam famosos na nossa imprensa”, observa o Francisco Seixas da Costa.

O elemento trágico
Portugal mudou significativamente desde que Eça esreveu "As Farpas"? O embaixador de Portugal em Paris divide o seu raciocínio em duas metades: há elemento trágico e um vislumbre optimista.

“O Eça nasceu há 165 anos e Portugal é um país que manifestamente, em nível de vida, melhorou bastante”, começa por dizer Francisco Seixas da Costa. “Acontece que Portugal ainda não se libertou de um elemento que é quase endémico nos seus ciclos - a emigração”, constata o embaixador.

“A emigração é um elemento trágico para um país”, acrescenta Francisco Seixas da Costa. “É a prova provada de que um país não conseguiu encontrar para os seus cidadãos soluções de vida dentro da sociedade”, argumenta.

Continuar a ser Portugal
Homem dos dias de hoje, o escritor Miguel Sousa Tavares cruzou-se com a Renascença no encontro do Grémio. Quando recorda o que Eça escreveu sobre a sociedade portuguesa de hoje, conclui que afinal parece que não se estava assim tão mal.

“O Eça seria talvez mais cáustico do que nós ainda somos e isto é um factor de optimismo - para Eça, Portugal há 100 anos não tinha futuro e nós ainda aqui estamos. Portanto, talvez continuemos”, diz Miguel Sousa Tavares.

Para o embaixador do Brasil em Portugal, Eça faz parte da estirpe de escritores que são autores de todos os tempos, de todas as eras. Mário Vilalva fez parte do painel que debateu há dias, no Grémio Literário de Lisboa, o escritor português.

"Eça e a sua obra são absolutamente intemporais, ou seja, podem ser vistos em qualquer um dos tempos e podem ser comparados com os tempos em que estamos vivendo no dia de hoje”, sustenta Mário Vilalva.

O embaixador brasileiro em Portugal sublinha ainda que Eça escreveu também sobre o que se encontra no lado de lá do Atlântico. "Os 'tipos' [sobre os quais] Eça de Queirós [escreveu] também poderiam ser encontrados no Brasil com muita facilidade, talvez até em mais quantidade - é muito actual."

As notícias exageradas da morte de Portugal
E hoje, como seria a análise do escritor de “Os Maias” e de “A Cidade e as Serras” a Portugal? Mariana Eça de Queirós olha para o busto do seu bisavô no bar do Grémio e responde convictamente que “veria da mesma maneira que via antigamente”.

“De uma forma crítica, uma crítica construtiva, porque não era propriamente fazer troça dos portugueses, nem falar mal”, assegura. “Era no sentido de irritação, pelo facto de os portugueses não serem mais evoluídos do que eram e do que são”.

Para Pedro Rebelo de Sousa, não é bem assim. “O mundo do Eça era o de um país com profundos atrasos e hoje Portugal, numa crise financeira, é um país diferente”, diz.

Miguel Sousa Tavares mantém a tónica optimista. "Mudou muita coisa, as situações não são comparáveis. Só espero que hoje, como então, as notícias da morte de Portugal sejam exageradas."

E sobre a crise financeira, o que teria Eça de Queirós a dizer? Pelo menos sabe-se o que pensava em 1867, num artigo publicado no "Distrito de Évora": "Hoje, que tanto se fala em crise, quem não vê que, por toda a Europa, uma crise financeira está minando as nacionalidades? É disso que há-de vir a dissolução".

Mas Eça também era um optimista. "Quando os meios faltarem e um dia se perderem as fortunas nacionais, o regime estabelecido cairá para deixar o campo livre ao novo mundo económico."



sábado, 22 de outubro de 2011

ENTÃO E O POVO, PÁ?

Estão a matar os ditadores, porque estavam a "lixar" o povo, ok!
e então os "democratas" que têm enterrado este país?

sábado, 17 de setembro de 2011

BART 1924

Hoje foi o dia do almoço convívio dos camaradas da Ccs do Bart 1924 que nos anos 1967 a 1969 acamparam por terras de Angola, nas povoações de Cuimba e Maquela do Zombo, hoje por hoje, cidades da nova Angola. O último convívio organizado por mim, pelo João Teixeira e pelo Cerejo foi em 2006 no CAS RUNA, centro de apoio social do exército, localizado em Runa-Torres Vedras. Agora, o Patrício, o Victor, e o Ângelo Almeida, tomaram a iniciativa e em menos de um mês puseram de pé esta almoço, realizado em Leiria, no restaurante a grelha. E em menos de nada, aí pelas dez da manhã começou a chegar a "malta" da velha guarda. Uns reconhecíveis, outros, mais gordos, outros carecas e muitos, muitos de cabelo branco a pintar as cabeças onde em tempos de guerra assentavam as boinas e os quiques esverdeados e também aquele pó encarniçado que "alcatroava" as picadas que nos levavam à guerra. Devido a algumas circunstâncias o camarada mais graduado neste convívio foi o Sargento-mor Carlos Silva. O sorja Silva, mecânico e baterista no nosso conjunto musical "os arietes", foi assim eleito o comandante desta "tropa", armada de garfo e faca, de dentes afiados e conversa fiada até às tantas da tarde.

sábado, 3 de setembro de 2011

PESSOAS DE QUEM EU GOSTO

Este país ainda tem gente de valor. De vez em quando aparecem na televisão e falam com aquela sabedoria dos homens de valor. Tenho referidos alguns aqui neste blog, hoje vou falar de um, que tenho acompanhado nalguns colóquios e conferências que o El Corte Inglés tem levado a efeito sobre diversos temas. António Barreto foi hoje falar a uma conferência de jovens do PSD, e mais uma vez demonstrou a sua sensatez na análise aos problemas do país. Vale a pena ouvir António Barreto, pena é que não o oiçam! Portugal tem homens capazes, mas infelizmente a maioria dos que nos governam são homens pequenos.

sábado, 27 de agosto de 2011

E O BURRO SOU EU?

luxo. Hábitos e extravagâncias da elite em Luanda
Têm muito dinheiro e gastam muito dinheiro. Em casas, barcos, aviões
particulares, compras e festas - por tudo e por nada. Sete mil euros numa noite?
É normal. Setecentos mil numa festa de anos? Também. Por Isabel Lacerda
COMO VIVEM os

RICOS
na cidade mais

cara
do mundo
A colecção de
casas, os bairros elitistas e a multidão de empregados
O carro circula na zona mais nobre da cidade. Bem no centro de Miramar, o condutor abranda, baixa um dos vidros escurecidos e anuncia-se. O segurança privado, armado com uma metralhadora AK47, repete o nome para um walkie-talkie. Dentro dos muros altos que rodeiam a moradia de sete quartos, alguém confirma que a pessoa é esperada e autoriza a entrada. Lá dentro estão outros cinco ou seis seguranças. E no acesso à garagem podem estar seis viaturas, todas de luxo, todas da casa, onde moram quatro pessoas.
A frota familiar inclui um BMW, um Audi, um Range Rover, entre outros carros topo de gama. Os automóveis podem ser conduzidos pelos proprietários ou por um dos cinco motoristas: um para o pai, outro para a mãe, um para os assuntos da casa, como levar as empregadas às compras, e dois para os filhos que ainda lá moram - os outros três já saíram de casa e têm carros e motoristas próprios.
A família não dispensa a ama, para quando os netos lá vão, e a equipa de empregados completa-se com um jardineiro, uma cozinheira, uma lavadeira para tratar da roupa e três mulheres para "limpar e arrumar", como explica o membro desta família que falou com a SÁBADO, mas prefere manter o anonimato. Por motivos de segurança e de discrição, admite apenas apresentar-se como filho de dois empresários, um dos quais ligado "ao partido" - o MPLA, evidentemente.
Esta família tem ainda duas casas em dois condomínios privados de luxo em Talatona, na zona sul de Luanda, mais uma na primeira linha de praia na ilha do Mussulo; outra em Lisboa (onde um dos filhos estudou), mais uma em Londres (onde estudou um segundo filho) e outra na África do Sul ("para fins-de-semana ou para quando vamos ao médico"). Somando, o pessoal de apoio mínimo necessário em cada uma (seguranças, empregadas, motoristas, conforme os casos), são "pelo menos 15 a 20 mil euros por mês", só para empregados.
Parece extraordinário, mas, em Luanda, não é. Mais casa, menos casa, mais carro, menos carro, mais empregado, menos empregado, este é apenas um de muitos exemplos de como vive a elite angolana na cidade mais cara do mundo. Pelo segundo ano consecutivo, Luanda ganhou a todas as outras 214 cidades avaliadas pela consultora Mercer, no maior estudo feito sobre o custo de vida para os trabalhadores estrangeiros. Ao contrário destes, os membros da alta sociedade não precisam de arrendar casa pelos preços exorbitantes praticados na capital angolana, mas compram-nas, várias, nas zonas mais exclusivas e caras.


LUANDA


ANGOLA TERRA PROMETIDA

Angola, Terra Prometida

ANGOLA

Angola de ontem , Angola de hoje. Durante a minha curta estadia de férias no Algarve, li o livro de Ana Sofia Fonseca "Angola terra prometida" que narra a vida que os portugueses deixaram. Nessa mesma semana saiu a revista Sábado, com o título " Luanda, a vida de luxo na cidade mais cara do mundo". Aconselho todos os meus amigos a lerem estes dois documentos. E como diria Scolari: e o burro sou eu?...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

CUIMBA

Foi aqui nesta pequena aldeola que vivemos ano e meio. Um aquartelamento sem grades, sem redes, sem fronteiras. Três ou quatro casas coloniais, uns quantos barracões de chapa zincada e o capim por vedação. O mato por ali era mato. Ao longe a serra da Canda como cenário. A avenida da Liberdade atravessava o aquartelamento, com o seu pavimento de areia avermelhada, começando no términus da picada que vinha de S.Salvador e terminando na picada que seguia para Coma e Luvaca, poisos dos aquartelamentos que albergavam outros militares, outras companhias. Mais tarde o nosso batalhão construiu um aldeamento para os nativos. Hoje Cuimba está diferente, é uma vila com milhares de habitantes, vindos do Congo e de outra regiões, fugidos da guerra fraticida que se estabeleceu. Aquelas casas coloniais estão hoje destruídas e milhares de cubatas invadiram Cuimba. Espero publicar em breve imagens do google terra que permitem ver a realidade destra terra do norte de Angola.

CUIMBA 1967 /1968

http://www.prof2000.pt/users/secjeste/arkidigi/Angola/Cuimba/Cuimba004.jpg

terça-feira, 21 de junho de 2011

A GUERRA COLONIAL

Se tiverem o cuidado de ir à minha página do facebook constatarão que a foto que lá está, foi retirada duma fotografia do meu batalhão aquando da nossa partida para Angola. Ali, no cais da fundição em Santa Apolónia, nos alinhámos para as despedidas dos pais, dos familiares, dos amigos e também do solo pátrio. Como éramos jovens e como éramos todos bons rapazes... dali partimos em 1967 no navio "Niassa" e uns bons metros mais à frente no cais da Rocha de Conde de Óbidos, chegámos em 1969 a bordo do navio Império. Fomos à guerra e voltámos. Cinquenta anos passados do início das convulsões é bom lembrar que houve guerra, para o bem e para o mal, aconteceu, e atingiu grande parte da nossa juventude, homens e mulheres, mães e pais, namoradas que ficaram, esposas que partiram. Vamos lembrar.

O FACEBOOK E A GUERRA COLONIAL

Não tenho ligado muita importância ao facebook mas agora que um amigo meu "postou" fotografias da guerra colonial, tenho levado o tempo a comunicar com alguns camaradas que comigo estiveram em Angola. É o tempo de recordar e lembrar que estamos vivos. Agora, tenho que ir ao meu baú de recordações e vasculhar velhas fotos para colocar no face e no blog.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

50 ANOS DE GUERRA

Angola 1961.Faz agora cinquenta anos que começou a guerra no ultramar. Uma guerra esquecida por um país inteiro mas lembrada por aquela meia-dúzia que deu da sua juventude a sua quota-parte. Mas há quem queira relembrar a este país que houve uma guerra. De Coimbra veio o grito, do CES, Centro de Estudos Sociais, da Universidade, a acção. A pesquisa e a recolha de material poético para memória futura. Assim nasceu a "Antologia da memória poética da guerra colonial". Graças ao trabalho de uma vasta equipa chefiada pela Drª Margarida Ribeiro foi possível reunir centenas de poemas de guerra, seleccionados, tratados e inseridos nas 646 páginas que esta antologia nos oferece. É uma honra para mim estar representado nesta obra, ao lado de grandes vultos da poesia portuguesa, os que por lá andaram, os que por cá ficaram e os outros que fugiram da guerra. Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner, Fernando Assis Pacheco, Fiama Pais Brandão,António Gedeão, Manuel Alegre, Jorge de Sena entre outros, são alguns dos poetas que marcam este livro. A minha memória também lá está.

domingo, 15 de maio de 2011

A MALTA DA AMADORA

A cidade da Amadora já não é o que era. Lá vai o tempo que o Recreios da Amadora, o ring de patinagem, a havaneza e até a Ninfa eram locais de "culto". Hoje, ciganos, pretos, romenos e outras etnias ocupam o centro da cidade. A gente da Amadora, aqueles que aqui nasceram, que frequentaram o Alexandre Herculano e o Mestre de Avis, partiram há muito para outros lugares. Foram à vida, mas ficou aquele resto de saudade, e de vez em quando dão um salto à infância. Não é de entranhar pois, que um grupo de carolas se lembre de fazer de quando em vez, um almoço, para juntar à mesma mesa "a malta" e reviver o passado, contar o presente e para todos eles, não pensar no futuro.
Foi o que aconteceu ontem, Sábado, num restaurante de Tala, ali para os lados de Belas, onde se reuniram mais de setenta destes pioneiros amadorenses. Um obrigado ao Félix, mais conhecido pelo pássaro, que teve esta trabalheira toda. Voltarei ao assunto.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

CORTES?

Toda a gente fala agora nos direitos adquiridos. Toda a gente fala mas sempre com o Zé na mira. Eu cá por mim não me importo desde que o corte seja para todos, assim:

- que tal termos só 150 deputados?
- que tal a reforma dos deputados ter eficiência apenas quando forem para a reforma com a mesma idade do Zé (65 anos) ?
- que tal toda a gente ter apenas 2 empregos?
- que tal acabarem com as secretárias, assessores, consultores e outros doutores?
- que tal refazerem as reformas daqueles meninos que têm várias, por terem trabalhado um ano ou dois em qualquer "boteco" e transformar esses grandes tachos, numa só reforma no fim do tempo limite de trabalho?
- que tal acabar com um sem número de fundações e institutos que só mamam à conta?
- que tal acabar com a renovação das ditas "bombas"?
- que tal acabar com os cartões de crédito, as ajudas de custo e outras tetas que só depauperam a "Cornélia"?


e não venham com a treta de que os direitos adquiridos são só para nos baixarem a reforma e tirar os 13º e 14º mês.

ELEIÇÕES

Não quero acreditar no dizem as sondagens! E se no dia da prova dos nove, Sócrates vier à tona, desde logo peço a minha demissão de português, vou filiar-me noutro país ou vou para a terra do meu pai, os Açores, faço uma revolução e torno o arquipélago independente! Este país tem o povo que merece.

sábado, 16 de abril de 2011

AI A CRISE

Uns quantos senhores pintam a manta
mas o que me surpreende e espanta
é que uns vão de férias p/manta rota
e os outros estão na banca rota

PORTUGAL

Há meses veio a drª Manuela Ferreira Leite dizer aos portugueses que era melhor fechar a democracia por seis meses e dar a volta a isto. Caíu o Carmo e a Trindade! Hoje, o ilustre advogado e manda- chuva da respectiva ordem, Marinho Pinto, vem dizer-nos que seria bom fechar a porta da democracia por um dia, fazendo greve às eleições. Fico à espera das respectivas reacções. No entanto, lá por cima, no assento etéreo, o senhor António deve estar a dar umas boas gargalhadas, ele que era um adepto incondicional da não-democracia.

terça-feira, 8 de março de 2011

A QUESTÃO CEREALÍFERA

Retirado do livro: Salazar, uma biografia política


"Portugal deveria tornar-se auto-suficiente em cereais, especialmente trigo, fazê-lo era um imperativo económico e financeiro"

" em todo o caso, toda a dissertação sugeria uma preferência pela agricultura como principal fonte de riqueza da economia portuguesa"

" Portugal não podia continuar a importar mais do que exportava. Portugal tinha de se manter a si próprio, produzindo aquilo que consumia e encontrando mercados para as suas exportações."

A QUESTÃO CEREALÍFERA

SIMPLESMENTE A LETRA "A"

O que mudou realmente no antes e depois de Abril foi efectivamente a letra "A"

antes: DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA

depois: ADEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA

AINDA ONTEM E HOJE

De ontem:
"Educar é dar a Deus bons cristãos, à sociedade cidadãos úteis, à família filhos ternos e pais exemplares"

De hoje:
"Educar é dar ao país ateus, à sociedade cidadãos inúteis, à família filhos drogados e pais separados"

segunda-feira, 7 de março de 2011

PORTUGAL DE ONTEM...

No Natal passado ofereceram-me um livro sobre um tal Salazar. Uma biografia de 800 páginas sobre a vida do senhor António, um pobre campónio, vindo das berças, formado em direito e que se transformou no sanguinário déspota que dirigiu este país durante umas largas dezenas de anos. agarrado ao poder diz-se, caíu da cadeira e ainda hoje se lhe atribui todos os males desta nação. Claro que hoje há por aí muito menino com tantos anos sentados na mesma cadeira e não a largam, nem caiem dela, deve ser da qualidade da madeira, é pau santo é o que é...
Deste livro ainda só li 150 páginas, mas já deu para poder dar umas dicas sobre o pensamento e obra do dito cujo.

"... íamos encontrar uma deficiente formação do português, e que portanto de pouco valeria mudar governos ou regimes, se não tratássemos em primeiro lugar de mudar os homens. Eram precisos homens: tornava-se mister educá-los."



Em 1909 o senhor António deu uma palestra pública onde expôs os seus pensamentos sobre o futuro de Portugal: " A chave era a educação e Desmolins o modelo a seguir. Já se tinha procedido a demasiadas reformas, centradas apenas nos conteúdos curriculares e não nos métodos de ensino. Os alunos saíam da escola totalmente impreparados para o mundo real e de pouco utilidade serviam ao País..."


onde é que eu já vi isto?


"Aquilo que Portugal precisava, para asseguara a sua sobrevivência, era de engenho, iniciativa e vontade de arriscar; precisava de empresários, industriais e agricultores empreendedores, e não de mais funcionários públicos..."

TODOS À MANIFESTAÇÃO

Sábado dia 12 lá estarei! Não sou rasca, não estou à rasca, mas estou de corpo e alma com a geração daqueles que não são rascas, que querem trabalho, que querem um futuro. Queremos mais empregos, mais justiça e menos recibos verdes.

PORTUGAL DE ONTEM E DE HOJE

Este Portugal que hoje se afunda, aos olhos de quem quer ver esta realidade, é um Portugal à rasca, não de uma geração rasca, mas de muito boa gente rasca, que não serve o país, servindo-se isso sim dele (de nós) carpindo mágoas e subsídios, gentalha que cospe no chão (e não só o pé-descalço) que risca paredes, que não trabalha, que assalta e rouba, que vive da noite, que vive da droga. Este Portugal que estende uma mão à moedinha para o pó e a outra à Europa para umas moedinhas para pagar juros, para pagar salários, para pagar aquilo que não produzimos. Este Portugal de corruptos, de gente fina que canta balelas na televisão, que pede sacrifícios, (mas para eles não) gente que passados quarenta anos ainda andam a gastar o ouro do senhor António, em especial um tal governador do banco de Portugal, hoje na Europa, tão bom gestor que trocou duzentas toneladas de ouro por divisas que hoje em comparação com o preço do ouro valem nicles. Este Portugal a quem esta nova geração à rasca vai presentear com uma mega manifestação de descontentamento, é um país sem futuro, vendido em brutais prestações mensais, de dívida pública. Gostaria de poder dizer que esta gente que hoje nos governa iria ser julgada no futuro pelo comportamento que têm tido em relação aos portugueses e à Pátria, mas não... irão escapar como a fina areia do Algarve por entre os dedos dos turistas que não vamos tendo.

sexta-feira, 4 de março de 2011

ORGULHO DE PAI


Eu disse que ía aproveitar estes 35 anos para fazer alguns agradecimentos.
E este não é menos especial que o anterior mas acarreta muito maior responsabilidade.
PAI é uma palavra com muita responsabilidade... e também é responsável pelo o que sou hoje no mundo e perante as pessoas.

A ti, conheço-te desde de sempre... desde o minuto 1 não deste tréguas e estiveste sempre presente. E quando digo sempre, é MESMO SEMPRE... não fossem episódios como levar-nos às audições para os Onda Choc, ir buscar-nos ao concerto dos Guns n' Roses (erámos 7 no carro.... ai jesus se a polícia nos apanhasse!!!) e comprar-me bilhetes a Alvalade no próprio dia do concerto dos Metallica e me deixares ir sozinha enquanto esperavas por mim lá fora... e podia continuar com muitos e muitos exemplos.

De ti acho que herdei a simpatia de conquistar as pessoas, ambos temos muita facilidade em fazer amizades, a capacidade do desenrascanço e procurar sempre uma saída mesmo quando a porta nos parece fechada, a ser ponderada, justa e muito pontual.

Mas também herdei coisas más e só assim de relançe me lembro do prolapso da válvula mitral, do ossinho irritante no peito do pé e da capacidade de stressar com coisas que não vão fazer mudar o mundo!!! :)

Sempre me deixaste ser quem sou, mas sei que sempre estiveste a olhar de muito perto, com mão pronta para me segurar em caso de queda.
De ti gostava de ter mais da tua sensibilidade, sensatez e sabedoria.
Tenho pena que agora te dediques tão pouco à escrita (ainda sonho ler o livro com a história da tua infância de que apenas vi 4 ou 5 páginas redigidas) e que o sonho de expôr esteja um pouco escondido algures que não consigo encontrar.

Neste dia destes meus 35 anos foste mais uma vez incansável. Ajudaste e tudo fizeste para que pudesse ter a festa que preparei com a Ana e tudo correu como planeado.
Muito OBRIGADA por este dia.
Muito OBRIGADA por tudo.

Sempre me disseram que sou a "Menina do Papá".
E então?
Serei a "Menina do Papá" por mais 35 anos se me deixares!

sábado, 5 de fevereiro de 2011

ELEIÇÕES

Tinha escrito em tempos que não ia votar. Mas votei. Apenas por uma razão: não gosto de traidores!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

BALANÇO PARTE DOIS

J - JOÃO PEDRO - O filho, como sempre parte integrante deste balanço anual. Arquitecto a prazo neste país que despreza os jovens e explora-os.

K - KILAS O MAU DA FITA COM SÓCRATES NO PROTAGONISTA - O mau, o vilão, o pinóquio, o troca tintas, neste país das maravilhas o mal triunfa sempre.

L - LOURDES - A companheira sempre presente, nos bons e maus momentos.

M - MATILDE - Fez cinco anos e faz a alegria de todos. Um espanto!

N - NATAL - O tal que não foi, aquele que se misturou entre comprimidos e xaropes, mas não importa pois o natal é sempre que eu quizer.

O - OBRAS PÚBLICAS - Num país à beira do descalabro ainda há ministros que dizem que sim, que não, que talvez, tudo para bem das construtoras (ai Mota, Mota). A mim dava-me jeito um TGV na porcalhota e um aeroporto aqui para os lados da Cova da Moura...

P - PLANO INCLINADO - A luta de Medina Carreira e companhia. Mas o plano continua inclinado para o lado da mentira.

Q - QUEIJO - Aquilo que muitos portugueses comem em demasia para não se lembrarem das trapalhadas que os governos têm feito.

R - RITA - A filha, gestora de produtos, de equilíbrios, de ponderações.

S - SALAZAR - O homem das culpas todas. Também o livro que me ofereceram no natal, biografia dum pobretanas que morreu "rico" (que o diga o ouro do banco de Portugal).

T - TERTÚLIA - As duas, a da poesia que continua viva e a da "Ninfa" onde meis dúzia de carolas se juntam ao fim da tarde para divagarem sobre tudo e sobre nada.

U - UNIVERSIDADE - A sénior, onde as aulas de pintura e história de arte me fazem sentir vivo.

W - WIKILEAKS - A pura guerra das palavras, das verdades meio escondidas, das mentiras que não sonhávamos. A internet no seu melhor.

V - VAMPIROS - Pois é Zeca Afonso, os teus vampiros são hoje mais e mais refinados. Eles comem tudo e dão de comer aos amigos e não deixam nada. E o António é que era o malandro.

X - XELINDRÓ - O paraíso fiscal ou não para onde deviam de ir os nossos amigos vampiros.

Y - YES - Os yes man que estão sempre sempre ao lado da camarilha.

Z - ZÉ - O desgraçado, o burro de carga, o paga impostos, o desempregado, o f... e mal pago. Abre o olho Zé!

domingo, 9 de janeiro de 2011

O BALANÇO DE 2010 DE A a Z

Vou tentar lembrar-me dos acontecimentos que marcaram este ano passado de 2010.

A - AMADORA - O centro da cidade continua infelizmente abandonado pela Câmara. Sujo e escuro. Os roubos continuam e os romenos também. O bairro de Santa Filomena é outro cancro. O metro vai chegar à Reboleira, mas ao centro não! A estação da CP continua um caos, mas ninguém liga. Os amadorenses que se lixem.

B - BENFICA - A alegria de ser campeão ao fim de cinco anos.

C - CLARA - A Clarinha fez um ano e está reguila até mais não.

D - DOR - A que nos vai na alma por este Portugal sem tino ou destino.

E - EXPOSIÇÃO - A única que fiz este ano em Janeiro no restaurante Embaixada dos sabores.

F - FUTEBOL - Um desporto sem rei nem roque, ou por outra sem roque mas com rei, o rei das escutas, das trafulhices, dos favores, dos chocolatinhos, da fruta, da treta toda que enreda a bola cá do burgo.

G - GUERRA - A guerra da justiça, da Casa Pia, da operação furacão, da face oculta, do freeport e de todas as guerras em que as vitimas são sempre o mexilhão.

H - HUMANISMO - Um país sem humanismo não é país.

IMPOSTOS - O que ontem era mentira, infelizmente hoje é verdade.

O NATAL QUE NÃO TIVE

Não me lembro de um ano em que, tanta coisa havia para fazer e nada fiz, isto porque a tal gripe me levou à cama. A árvore de natal ficou na caixa, misturada com tantas outras no atelier, as prendas ficaram nas lojas à espera que pudesse lá ir, a ceia de natal resumiu-se a um jantar a três com antibióticos com fartura e outras drogas a acompanhar o bacalhau e o bolo rei. O almoço de natal em casa da Rita, com as netas de volta das prendas, ficou-se pela intenção. O jantar com a família do Seixal ficou esquecido mas as lembranças dos pastéis de massa tenra da Maria Antónia não. O fim de ano das passas e do champanhe ficou-se por tchim tchim com sumo de frutos silvestres, apenas com a "Maria" a meu lado como sempre. Se apelar à minha memória, não tenho lembrança de um ano assim.

PORQUE NÃO ESCREVO

Meus queridos amigos, estou desde o dia 10 de Dezembro com uma daquelas gripes que deitam abaixo qualquer bloguista que se preze. Volto agora para pôr a escrita em dia.