terça-feira, 21 de junho de 2011

A GUERRA COLONIAL

Se tiverem o cuidado de ir à minha página do facebook constatarão que a foto que lá está, foi retirada duma fotografia do meu batalhão aquando da nossa partida para Angola. Ali, no cais da fundição em Santa Apolónia, nos alinhámos para as despedidas dos pais, dos familiares, dos amigos e também do solo pátrio. Como éramos jovens e como éramos todos bons rapazes... dali partimos em 1967 no navio "Niassa" e uns bons metros mais à frente no cais da Rocha de Conde de Óbidos, chegámos em 1969 a bordo do navio Império. Fomos à guerra e voltámos. Cinquenta anos passados do início das convulsões é bom lembrar que houve guerra, para o bem e para o mal, aconteceu, e atingiu grande parte da nossa juventude, homens e mulheres, mães e pais, namoradas que ficaram, esposas que partiram. Vamos lembrar.

O FACEBOOK E A GUERRA COLONIAL

Não tenho ligado muita importância ao facebook mas agora que um amigo meu "postou" fotografias da guerra colonial, tenho levado o tempo a comunicar com alguns camaradas que comigo estiveram em Angola. É o tempo de recordar e lembrar que estamos vivos. Agora, tenho que ir ao meu baú de recordações e vasculhar velhas fotos para colocar no face e no blog.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

50 ANOS DE GUERRA

Angola 1961.Faz agora cinquenta anos que começou a guerra no ultramar. Uma guerra esquecida por um país inteiro mas lembrada por aquela meia-dúzia que deu da sua juventude a sua quota-parte. Mas há quem queira relembrar a este país que houve uma guerra. De Coimbra veio o grito, do CES, Centro de Estudos Sociais, da Universidade, a acção. A pesquisa e a recolha de material poético para memória futura. Assim nasceu a "Antologia da memória poética da guerra colonial". Graças ao trabalho de uma vasta equipa chefiada pela Drª Margarida Ribeiro foi possível reunir centenas de poemas de guerra, seleccionados, tratados e inseridos nas 646 páginas que esta antologia nos oferece. É uma honra para mim estar representado nesta obra, ao lado de grandes vultos da poesia portuguesa, os que por lá andaram, os que por cá ficaram e os outros que fugiram da guerra. Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner, Fernando Assis Pacheco, Fiama Pais Brandão,António Gedeão, Manuel Alegre, Jorge de Sena entre outros, são alguns dos poetas que marcam este livro. A minha memória também lá está.