UMA MANHÃ EM LISBOADomingo, 21 de outubro de 2007. O tempo já não é o que era, está uma manhã de sol. Percorro o IC 19, volto para os cabos de Ávila, entro para Lisboa pelo alto do Restelo, ladeando Monsanto e Caselas, descendo a larga avenida até ao CCB. Sem trânsito, sem stress, arrumo o carro e caminho paralelo ao Mosteiro dos Jerónimos. Do outro lado o Centro Cultural de Belém e o monumento aos descobrimentos. Entre margens, um rio que desliza suavemente para o mar, canta os heróis navegadores. As Tágides, porventura sentadas nas fontes que povoam os jardins, contemplam o movimento de gentes que percorrem as ruas, na ânsia de beber o néctar de cultura que jorra do Mosteiro dos Jerónimos, do Centro Cultural de Belém, do Museu de Marinha, do Museu de Arqueologia, do Museu dos Coches. Mais adiante junto ao Palácio de Belém, a GNR faz o render da guarda. Tocam as fanfarras , desfilam os guardas e os cavalos, e o povo pára para ver a banda passar. Páro num quiosque e compro um jornal, entro nos pastéis de Belém, tomo um café e um doce, dou uma vista de olhos pelo periódico e vou andando até ao rio. Percorro o espelho de água, sinto o cheiro da maresia, vou pela relva onde os putos em longas correrias, desatinam numa bola. A banda da Guarda Nacional Républicana toca agora no relvado, os cavaleiros evoluem no recinto, desenhando espaços ao som da fanfarra. As esplanadas convidam ao espectáculo e à bebida, o sol continua nesta manhã de Outubro a querer ficar, juntando-se à festa. Retomo o meu caminho até ao CCB, são horas de almoço, a esplanada do terraço da cafetaria é um pretexto para a refeição, o sol, o rio e a paisagem são o complemento duma breve pausa. Lisboa tem sempre estas manhãs, as gentes é que nem sempre se atrevem as disfrutar da magia deste espaço.