quarta-feira, 31 de outubro de 2007

terça-feira, 30 de outubro de 2007

REVISITAR A GUERRA




A guerra está na "moda", passou hoje na RTP o 3º episódio da série de Joaquim Furtado sobre a "nossa guerra". Não quero por ora fazer comentários, espero portanto pelo fim para dar a minha opinião. No entanto, para já, despertou em mim os tempos passados em Angola, e por isso fui vasculhar os meus escritos e não fui mais longe, para as fotografias, porque as tenho no atelier, algures numa caixa de cartão. Lá irei. Por agora recordo-vos um pequeno poema datado de 1968.



DANÇA


Dancei tango, bolero
valsa, twist
rock and roll
e sempre, sempre
na corda bamba!
A GUERRA



A guerra está outra vez no topo das nossas actualidades, não a guerra, pão nosso de cada dia nesse além-mar tão distante e tão perto afinal, mas a "nossa guerra", colonial, do ultramar ou como quizerem chamar. A tantos anos de distância não se vislumbra um bisturi que consiga dissecar os nossos silêncios. Fomos tantos os navegadores, somos tão poucos os que erguem, neste mar de novos adamastores, um livro, uma história, um poema. Também fui navegador, zarpei do Tejo até Angola e voltei. E sou dos que erguem, neste mar esquecido, as palavras escritas no livro"Éramos Todos Bons Rapazes" da Editora Indícios de Oiro, como testemunho duma geração. Deixo-vos um pequeno extracto duma história do livro. Eu fui à guerra e voltei mas...


..."eram quatro os meninos que da fonte nova bebiam. Eram quatro os meninos que noutras paragens desembarcaram. Eram quatro os meninos que queriam voltar à fonte nova, para beber aquela água outra vez. À fonte nova, vindos do mar, apenas chegaram três."
SEMPRE A CASA PIA



Com a devida vénia transcrevo hoje parte de um artigo publicado no Correio da Manhã no dia 29 de Outubro de 2007, pelo jornalista António Ribeiro Ferreira: "Desde que o escândalo rebentou em finais de 2002, uma grande parte da classe política, com o PS à cabeça, e altas figuras do Estado, fizeram tudo o que era possível e impossível para abafar o caso e evitar que os pedófilos fossem condenados. Substituiram o Procurador Sotto Moura por Pinto Monteiro, destruiram a brigada que investigou os crimes sexuais, afastaram Catalina Pestana e alteraram o Código Penal e o Código de Processo Penal. A ida de Pinto Monteiro ao parlamento é mais um episódio sinistro do escândalo nacional chamado Casa Pia."

A casa pia, os meninos piam, mas anda aí uma mãozinha a cortar-lhes o pio.

domingo, 28 de outubro de 2007

HOJE HÁ BOLA




Hoje foi uma tarde-noite fora da rotina a que me habituei nestes últimos anos.Fui ao futebol! Curiosamente uma rotina obrigatória há dez anos atrás. Como o mundo é redondo e a bola também. Também é com quem diz, porque para alguns a bola é mais parecida com uma batata ou com um calhau. E nisto também entra a lógica, não a da batata, mas a outra, que logicamente não tem lógica nenhuma. E porquê? Porque um desporto de alta competição, numa indústria modernizada, com treinadores e jogadores altamente remunerados, com estádios último grito da moda, com um público extraordinariamente sabedor das leis do jogo e vibrante no apoio aos seus clubes, com dirigentes pagos a peso de ouro, logicamente deveríamos ter um espectáculo grandioso quer no aspecto técnico e táctico, quer no comportamento cívico e de fair play de todos os intervenientes. Mas não. Os estádios estão vazios, o futebol praticado é da treta, os jogadores são manhosos, os dirigentes estão para se servirem, não para servir, o fair play varre-se para debaixo do tapete e os árbitros apitam tão douradamente que fazem inveja aos entalhadores. Hoje fui ao futebol, vou digerir por agora este Benfica - Maritimo e amanhã tecerei alguns comentários ao que me foi dado ver.

sábado, 27 de outubro de 2007

CASA MUSEU ANASTÁCIO GONÇALVES



Não fiz este sábado o habitual pequeno almoço no CCB e consequentemente a abordagem ao rio e à arte instalada. Fui sim, na sequência do curso de história de arte do El Corte Inglés, visitar a casa museu de Anastácio Gonçalves, ao Saldanha, perto da Maternidade Alfredo da Costa. As visitas guiadas são um complemento interessante mas normalmente ouve-se muito e vê-se pouco. Assim terei que lá voltar outra vez para, calmamente, poder disfrutar da maior colecção de pintores naturalistas portugueses do século dezanove. É um museu que vale a pena visitar, a começar pelo edifício, casa que José Malhoa encomendou ao arquitecto Norte Júnior, e que recebeu o prémio Valmor em 1905. Posteriormente a casa foi comprada pelo Dr.Anastácio Gonçalves e que foi legada ao Estado em testamento em 1964. O acervo integra cerca de 2000 obras de arte, desde a pintura a porcelanas da China, até mobiliário e ourivesarias. Mais uma vez esta visita teve a cortesia do El Corte Inglés. A não perder.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

EL CORTE INGLÉS



Outra vez o El Corte Inglés. Acabou o curso de história de arte com um jantar no restaurante do 7º andar. Mais uma vez gentileza da Susana Santos, incansável no bem tratar dos participantes. Dez aulas apenas e uma sensação de saber a pouco. O que era previsto ser do renascimento até hoje, ficou reduzido a dois ou três pintores, mas valeu a pena, ainda que se perdesse muito tempo na discussão do acessório ou a tentar adivinhar o sexo dos anjos. Ficou a pergunta no ar: e o resto Susana? E ela prometeu que o resto virá, e ela cumpre! Ficamos pois à espera de mais história da arte e até lá ficamos com a poesia e o José Fanha , outra figura incontornável e de uma simpatia impar. O El Corte Inglés está com a cultura e nós agradecemos. Não é só a participação gratuita nos cursos, nem o coffee break que nos oferecem, mas também e sobretudo a simpatia da Susana Santos e da sua equipa. Aqui fica este apelo a todos os bloguistas que me lêem: todos ao El Corte Inglés, rapidamente e em força.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

A GUERRA


Com trinta anos de distância ainda são poucas as vozes que falam da guerra. Passados trinta anos a guerra ainda está presente em muitos de nós e na maioria dos casos pela pior lembrança. Em trinta anos, não foram os "democratas" de hoje capazes de resolver a questão colonial nem tão pouco tratar com dignidade aqueles que serviram a Pátria. Os que lá ficaram , foram entregues ao destino, os que regressaram são ignorados e tratados como se inimigos da nação se tratassem. Eu fui à guerra e voltei, tenho dela boas e más recordações. Parte dessa experiência está relatada no meu livro "Éramos todos bons rapazes" da Editora Indícios de Oiro. Há ainda muito que discutir sobre as campanhas de Àfrica, há muito que escrever, há muito que relatar. Dei um pequeno contributo mostrando uma outra visão da guerra e espero que outros o façam, não quero no entanto que me tratem como se fora um soldado de Salazar.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

terça-feira, 23 de outubro de 2007

A FRASE DO DIA




Somos um país de histórias mal contadas!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

PONTO DE MIRA



Nunca gostei muito de pintos, gosto mais de frangas, mas justiça das justiças cada pinto cada melro (ou cada caldeirada)...
AS MINHAS OBRAS DE PINTURA



Finalmente consegui colocar alguns quadros meus no blogue. Até conseguir um site próprio (que está em execução) vou tentar transferir mais algumas pinturas para este meu sitio de conversa. Espero que seja do agrado geral, ficando por isso à espera de comentários ou pedidos de esclarecimento.

domingo, 21 de outubro de 2007

UMA MANHÃ EM LISBOA




Domingo, 21 de outubro de 2007. O tempo já não é o que era, está uma manhã de sol. Percorro o IC 19, volto para os cabos de Ávila, entro para Lisboa pelo alto do Restelo, ladeando Monsanto e Caselas, descendo a larga avenida até ao CCB. Sem trânsito, sem stress, arrumo o carro e caminho paralelo ao Mosteiro dos Jerónimos. Do outro lado o Centro Cultural de Belém e o monumento aos descobrimentos. Entre margens, um rio que desliza suavemente para o mar, canta os heróis navegadores. As Tágides, porventura sentadas nas fontes que povoam os jardins, contemplam o movimento de gentes que percorrem as ruas, na ânsia de beber o néctar de cultura que jorra do Mosteiro dos Jerónimos, do Centro Cultural de Belém, do Museu de Marinha, do Museu de Arqueologia, do Museu dos Coches. Mais adiante junto ao Palácio de Belém, a GNR faz o render da guarda. Tocam as fanfarras , desfilam os guardas e os cavalos, e o povo pára para ver a banda passar. Páro num quiosque e compro um jornal, entro nos pastéis de Belém, tomo um café e um doce, dou uma vista de olhos pelo periódico e vou andando até ao rio. Percorro o espelho de água, sinto o cheiro da maresia, vou pela relva onde os putos em longas correrias, desatinam numa bola. A banda da Guarda Nacional Républicana toca agora no relvado, os cavaleiros evoluem no recinto, desenhando espaços ao som da fanfarra. As esplanadas convidam ao espectáculo e à bebida, o sol continua nesta manhã de Outubro a querer ficar, juntando-se à festa. Retomo o meu caminho até ao CCB, são horas de almoço, a esplanada do terraço da cafetaria é um pretexto para a refeição, o sol, o rio e a paisagem são o complemento duma breve pausa. Lisboa tem sempre estas manhãs, as gentes é que nem sempre se atrevem as disfrutar da magia deste espaço.

sábado, 20 de outubro de 2007

O APITO ENCALHADO EM TALHA DOURADA
OU A JUSTIÇA NESTE JARDIM DOURADO


Podia ser o apinto dourado ou o apito da costa, mas não, é o branqueamento de neve, branco e leve, branco e puro, que apita leve levemente como quem chama assim: não é penalty, não é golo! mas os árbitros senhor, porque lhes dais tanta dor, porque padecem assim? Afinal não é nada, as escutas são apenas uma pequena desconfiança e o Porto pula e avança como bola colorida por entre as mãos duma criança...
A JUSTIÇA NUM PAÍS DE BRINCAR



A casa pia, mas a caravana passa.

domingo, 14 de outubro de 2007

FEIOS, PORCOS E MAUS


Título do jornal Record depois da vitória no Azerbaijão: Scolari não é preciso!
Ah estes ódios de estimação de meia dúzia de jornaleiros.
BREVE RESPOSTA A FERNANDO PESSOA



O poeta não é um fingidor
porque a dor que deveras sente
não é fingimento é a dor
que ele vive completamente

Mas o político que fala e escreve
e trata a dor com desdém
finge que essa dor ele já teve
não é só o povo que a tem

E assim nas calhas da roda
gira a entreter a razão
finge-se democrata da moda
e que se lixe o zé povão.
A PERGUNTA



Porque não abrir um concurso internacional de um outsorcing para governar esta espécie de país?
NÓS OS REFORMADOS




Não sei porquê acho que nós, os velhos, os cotas, os reformados (ah malandros) estamos a mais. Acho não, tenho a certeza, que somos nós que descontrolamos a balança comercial, desequilibramos o défice, enfraquecemos as exportações, levamos para a banca rôta a segurança social. Sem nós este país seria um oásis. Não seria necessária polícia, porque a violência e a gatunagem deixavam de existir; a corrupção acabava porque os corruptos já eram; as salas de chuto não seriam necessárias porque haveria casas vagas com fartura; as seringas desses cotas diabéticos já poderiam ser distribuídas a essa juventude estóica; os políticos já não tinham problemas com os orçamentos; os brasileiros, os pretos, os romenos e todos os indígenas desta globalização triunfante já poderiam dormir descansados, pois já não seriam assaltados nas ruas e nos combóios das nossa cidades. E para que todos possam viver na paz do Senhor, oh nossos bem amados governantes, não nos aumentem só o IRS, dêem-nos uma injecçãozinha atraz da orelha...
EL CORTE INGLÉS




Não sei quantos anos tem o Corte Inglés em Lisboa. Dois ou três, por aí, não tenho bem a certeza. Sei apenas que até há bem pouco tempo tinha ido lá duas vezes e apenas para conhecer o ambiente. Da memória ficou-me apenas aquele descer em caracol até ao parque de estacionamento numa estreita e angustiante descida. Até que, tendo conhecimento que o Corte Inglés estava a realizar alguns cursos, me inscrevi no curso de escrita criativa. Depois tudo mudou, durante quinze dias frequentei a sala do âmbito cultural, conheci alguns escritores, tive como colegas gente de várias profissões, fiz novos conhecimentos, criei amizade com alguns, alarguei o meu blogue a outras personagens. Tornei-me assíduo, comprador até, passei a frequentar a cafetaria e o restaurante e a ver Lisboa do alto do sétimo andar. Acabei o curso, fui de férias e voltei em Setembro para outros prazeres que são os cursos de história de arte e de poesia. Outros cursos estão a caminho, o de História de Portugal e o de Ciência, porém não sei se serei ou não seleccionado, ainda assim divulgarei aos meus amigos e aos meus alunos, esta benesse cultural que o Corte Inglés oferece aos seus clientes. Um obrigado ao El Corte Inglés e em especial à Susana Santos responsável pelo âmbito cultural que tudo tem feito para que estes cursos sejam um sucesso. E são! Bem Hajam.