Raramente acordo tarde e olhar despertado não sou daqueles que ficam na cama a ganhar os últimos encantos dos lençóis. Olho aberto e pulo para fora tentando ganhar mais dia ao dia. O banho, o vestir, o pequeno almoço são rituais que automatizamos todas as manhãs. Hoje fiz tudo direitinho, mas deixei o pequeno almoço para tomar na Gulbenkian. Cheguei ao Centro de Arte Moderna eram 9,30 e azar meu só abria às dez! Saí para a Av.António Augusto de Aguiar, fui ao El Corte Inglés e o mesmo cenário: fechado. Atravessei o largo de S. Sebastião, desci a Filipe Folque e tudo em silêncio, nem vivalma passeava na rua. Lisboa pela manhã é assim: deserta. Nem o restaurante do meu amigo Jorge, o Tório estava aberto, voltei para trás, subi a Tomás Ribeiro, derivei pelo Quartel General e breve estava novamente na Gulbenkian. Entrei pelo Centro de Arte Moderna, tomei o pequeno almoço, percorri a exposição permanente, fiz uma "Ida e volta: ficção e realidade" exposição que reúne várias instalações de alguns artistas contemporâneos, desci à sala de exposições temporárias onde se encontra Pedro Cabral Santo com "TILT-quatro aproximações a um conceito", saí pelos jardins até ao museu, onde visitei "A Educação do Príncipe", obras primas da colecção do Museu Aga Khan e acabei no Átrio da Biblioteca de Arte, onde nos "Concertos de Domingo", Catarina Sereno, soprano e Ja Yeon Kang, pianista interpretaram obras de Schubert, Strauss, Debussy entre outros. Lisboa ainda tem pequenos encantos onde se pode tomar um pequeno almoço com tanta qualidade. Pena sim, de percorrer as ruas desertas e encontrar uma sala repleta de gente de cabelos brancos...
Presente de Páscoa
Há 12 anos