Era uma vez um engenheiro ou não, não sei, embrulhado numa universidade independente, com inglês técnico à mistura, exames fora de horas, amigos e reitores a darem os amen, cursos da treta ou não, não sei. Era uma vez umas casitas lá para os lados da Guarda ou da Covilhã, desenhadas e assinadas por um engenheiro ou não, não sei. Era uma vez um freeport envolto em densas nuvens, com portugueses e ingleses à molhada, dinheiro por cima e por baixo, ministros, advogados, influências, transferências e outras minudências ou não, não sei. Era uma vez um trombone, mostrado em vídeo, com todos os Smiths do mundo a dizerem: é corrupto, e a maralha de cá a encolher os ombros, a fechar os olhos, MP e PJ a dizerem que sim mas também, que o amor é chama que arde sem se ver, ou não , não sei. Era uma vez, um tio, um primo, uma mãe, outro tio também, mais um secretário de estado e outra meia-dúzia de "iluminados" a defenderem o indefensável, ou não, não sei. Era uma vez um país do Zé Povinho, que quando povinho metendo o pé na poça é preso e pio e não se questiona por todos os apitos dourados, casas pias, operações furacão, casos portucale, freeport, bpn, bpp e o que mais adiante surja. Será que os Pintos da Costa, os Valentins Loureiro, os Sócrates, os administradores desses bancos, o governador do banco de Portugal, os Dias Loureiro, os Isaltinos, as Fátimas Felgueiras, são os nossos heróis? Ou não? não sei.