terça-feira, 10 de outubro de 2006

ARRUMADORES



Esta classe de "trabalhadores" que prolifera nas nossas cidades remete-nos para um grave problema desta sociedade dita democrática : o medo. Quando saímos de automóvel, quer para os respectivos empregos quer para um passeio ou até para tratar de um vulgar assunto e quando chegamos ao nosso destino e temos que arrumar a viatura somos confrontados com três situações: ou a rua não tem parquímetro e logo vem o solícito arrumador, pedrado da noite anterior, desgrenhado e sujo, de mão estendida para a exigida moedinha ou a rua tem parquímetro e nós cumpridores, com medo da polícia (que devia estar a fazer outras coisas que não a multar) vamos logo tirar a senha e colocá-la na viatura ou a rua tem parquímetro e nós cumpridores pagamos tendo depois à perna o tal solícito arrumador a cravar um dinheirito para o pequeno almoço que muitas vezes se reverte injectável lá para o fim do dia. E nestas três situações estamos a conviver com o medo. Medo que nos assaltem, medo que nos belisquem o carro, medo que a polícia nos multe, num espaço que é nosso e que as autarquias deviam preservar para a higiene e saúde pública dos seus munícipes. Vivemos em "democracia" mas com medos, estes e outros que mais para diante aflorarei. Arrumadores? não obrigado. Queremos as cidades limpas de viaturas, de poluição, de gente que não presta. O país precisa de quem trabalhe a sério, pois então em vez de se importar gente mal qualificada e sem destino, encaminhem esta classe para trabalho profícuo. Viver assim nesta "democracia", não!

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