Como eu sofro por ti, terra, vila, cidade
quando agarro as palavras dos que sofrem
os males que os donos deste país espalham ao vento.
E as crianças e os velhos aspiram esse pólen
que os sufoca e asfixia. E não cospem nem vomitam
essa mistela venenosa que lhes injectam.
Como eu sofro por ti gentio do meu país
cabisbaixo e destroçado numa amálgama de desânimo
encostado às cordas sem poder vir à luta.
E sofrendo, eu sonho que tudo se pode voltar
se nos erguermos, se esquecermos os brandos costumes
e se acrescentarmos asas, podemos voar!
Presente de Páscoa
Há 12 anos
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