sexta-feira, 26 de maio de 2006

OS MELROS NO NINHO



Uma distinta inspectora da polícia do era uma vez um país diz, acerca do caso da casa dos meninos que não piavam, que havia mais melros no ninho. Prescreveram os processos coitados, com tantos borrachos no papo, lá tiveram forças e voaram nas asas do tempo. Por este andamento, todos os outros passarões baterão também a asa e no ninho ficarão apenas, para serem julgados e incriminados, os... mal pagos, os investigadores e o Ministério correspondente. Ah este país de brincar!
NOTÍCIAS DO CORREIO



Um em cada dez restaurantes em Portugal não é seguro. O que é seguro neste país?
MEDALHA DE OURO




Mais um primeiro lugar para Portugal: temos os combóios mais mortíferos da UE.
NOTÍCIAS DO CORREIO


No Porto, uma baleia morta deu à costa. Só os pintos é que não...

quarta-feira, 24 de maio de 2006

UMA QUESTÃO POR DIA


A nossa juventude está desde muito cedo a consumir muito alcool. Que diabo, porque é que o governo não os obriga a beber cultura?
COMEÇA AMANHÃ 2




Feira do Livro in Lisboa? Não, não, in Portugal!
COMEÇA AMANHÃ


Rock in Rio? Sim, sim, in Rio, in Rio!
SERÁ O MUNDIAL DE FUTEBOL IMPORTANTE?


Que me importa o resultado do Portugal-Angola, se não ganhamos o jogo contra a Economia. Que interessa o Portugal-Irão, se no desafio Portugal-Educação nem empatamos sequer. E o Portugal-México? Ah todos dizem que pode ser vital, não meus amigos, importante sim é o Portugal-Saúde ou o Portugal-Segurança Social onde a nossa defesa falha, o meio-campo não tem argumentos e os avançados não metem golos. E aí sim, a derrota está à vista!
PORTUGAL 0 - FRANÇA 1




Que delícia o futebolzinho dos nossos habilidosos!
OS HERÓIS



Os meus heróis não são estes, os que se ostentam e agasalham debaixo dessa bandeira verde-vermelha que se agita nas janelas, os meus heróis são os do mar, os que eu, nobre de nome e povo de vivência, sentia pertença de uma nação valente (hoje nação tolhida e acobardada) e imortal. Agora não se levanta o explendor de Portugal antes sim o explendor do "eu" do "euro" do "europa" e as brumas das memórias ficam esquecidas nas memórias ram desses discos rígidos que nos computorizam a Pátria e já não se sentem as vozes dos nossos igrégios avós que infelizmente já não nos podem levar à vitória. E esse grito de clamar às armas, substituído por esse inédito pintar o nome desses heróis sobre a terra e sobre o mar, morre pela calada porque contra estes canhões não se consegue marchar.

segunda-feira, 22 de maio de 2006

O PAÍS DO FAZ DE CONTA



20 horas! Chovem os noticiários nas tv's. No país do faz de conta abrem-se as notícias com o novo treinador do Sport Lisboa e Benfeitorias, o técnico do Sportuga Clube do Reino diz que não conta com o jogador São Pintarola e no Futebol Clube do Pinto continua a festarola. A selecção Nacional do Faz de Conta parte para estágio e as televisões vão atrás. E o povo delira. A selecção treina e o povo excita-se. Fazem edições especiais, antenas abertas, conferências de imprensa e o povo embebeda-se. O craque dar ares e bandeia-se e as meninas histerizam-se. Fazem-se cortejos, pedem-se bandeiras para as janelas, pinte-se o nome dos jogadores nas ruas clama-se e o povo encarneira-se. O governo, calado e mudo esconde um sorriso fugidiu. Nas entranhas desse reino imaginário, os reformados (esses malandros) viram os impostos aumentados, um qualquer secretarieco sugere que para amainar as contas desse país, seria bom cortar um mesito de ordenado aos reformados (esses malandros). Qualquer dia, um outro qualquer politeco, em nome da defesa (legítima) da boa frota de carros do reino, da defesa (mais que justa) dos cartões de crédito atribuídos aos gestores, directores, administradores e outros actores do Faz de Conta, sugere como não quer a coisa, a aplicação do P.E.R. (plano de exterminação dos reformados) e então sim, a balança comercial já não balançaria, o défice não era deficitário, o desemprego anular-se-ia, a segurança social rejuvenescia (podia até aplicar capitais, como noutros tempos) os carrões podiam ser de maior calibre, o crédito dos cartões ilimitado, as viagens para todo o mundo retomadas, mais as festas, os banquetes, até a reforma desses "idiotas" (entenda-se, claro está, como homens de mentes brilhantes) poderia ir aos 40 anos. Sim, que o P.E.R. apenas contemplaria os reformados (esses malandros) com mais de 60 anos. O governo, esse, calado e mudo, puxa as marionetes, fá-las deitar para a fogueira achas em surdina, para serem cozinhadas em lume brando e um dia quando os golos se esboroarem e o povo regressar a penates, é que esse país do faz de conta sentirá a guilhotina.
ERA UMA VEZ

Eu se fosse polícia nesse reino imaginário do "era uma vez um país", jamais prendia um ladrão, mesmo que o visse em flagrante, jamais multava um infractor mesmo que ele "voasse" a 250 kms hora, jamais "escutaria" um corrupto mesmo que ele jurasse a pés juntos que tinha comprado um apito cor de tudo. Eu, se fosse polícia, nesse país de brincar, jamais guardava costas, jamais fazia gratificados, jamais disparava um tiro, jamais investigava porque se calhar nesse país tudo isso é inconstitucional.

terça-feira, 9 de maio de 2006

MATERNIDADES




Fechem-se maternidades dizem uns,
abram-se maternidades dizem outros
faltam médicos, há médicos a mais, há crianças a menos
querem é matar a gente, vamos todos a Lisboa
Fala o povo, fala o ministro, fala o Presidente da Câmara
fala o médico e a ordem e a desordem também
grita a mãe, a criança e a avó
agita-se a assembleia, o partido, o governo cala
o deputado protesta, o padre proclama
ergue-se o gesto, o desvario
incendeia-se a chama
e o governo nem pio
Cantam os galos de Barcelos
excitam-se os de Santo Tirso
e os de Torres e outros que mais
e os de Elvas ó Elvas erguem bem alto a voz
e vem de lá então o governo e diz:
querem criancinhas de caracóis?
pois vão todos para Badajoz
para terem filhos espanhóis!
A PALETA DAS CORES



Era uma vez um país (ou restos de, ou talvez, um projecto de) que vivia do que não tinha, que não produzia o que comia, que não curava os males do que padecia, que não se importava do importar, que era campeão do pior e último na estafeta do melhor. Esse país, a que poderemos dar o nome de "Espertogal" viu-se de repente invadido por cruzadas vindas de África, do leste europeu, da américa do sul e da Ásia. Alguns destes cruzados, armados de nada, vieram, não para combater, nem sequer para encher de especiarias e ouros as suas frágeis embarcações, mas sim para fortalecer os impérios de alguns espertogais, capatazes de uma escravatura sem nome (ou com?). Outros trouxeram os vícios e os males doutras culturas e espalham pelo país fora o virus desses malefícios. Mas aqui-del-rei (sim porque esse país tem rei, mas infelizmente não tem roque) ai daquele que se atreva a dizer que o amarelo é amarelo, que o verde é verde ou que o preto é preto. Racismo. Xenofobia. Pode-se nesse país ser assaltado nos semáforos, por um qualquer americano sulista, pode-se ser roubado no combóio ou esfaqueado na via pública, mas ai daquele que gritar: foi o amarelo! Racismo. Xenofobia. Pode-se mesmo neste país ter um inquérito do MAI - Ministério das Aventuras Indigenas e ser chamado à pedra e quem sabe mesmo, ser crucificado. Por isso caluda! Nesse país de "falta tudo" há concerteza uma coisa com fartura: medo. Medo de falar, medo de dizer, medo de agir. As palavras existem no dicionário deles e podem e devem ser ditas. Nesse país do era uma vez, se continuar a existir o medo da palavra, poderá o imaginário mudar de cor.