quarta-feira, 1 de abril de 2009

UM DIA NA "EMBAIXADA"

Aspiras o ar e o fumo simultaneamente. O cigarro
Nas tuas mãos delicadas
Decresce a cada fumaça.
O fumo, esse, serpenteia por entre
Os teus cabelos
Castanhos dourados, ou não
Não sei.

Mordes o dedo enquanto
O azul dos teus olhos
Percorre o azul dos meus, ou não
Não sei.

O teu sorriso salpica-se a cada palavra
Que pronuncias à tua companheira enquanto
O nevoeiro do fumo envolve cumplicidades,
Ou não
Não sei.

Tento adivinhar pela tua pose, pelos teus gestos
se és mulher do dia
Da noite, da madrugada
Serás ou não,
Não sei.

O cigarro morre no cinzeiro
O fumo dissipa-se e tu
Recostada na cadeira, sorvendo da taça,
Esse champanhe feito sangria
Continuas a ser para mim
Uma interrogação,
Podes ser rio azul e sereno
Ou mar verde e bravio
Ou não,
Não sei.

E partes, deixando
Como entraste, um rasto de interrogação
E eu sentado na mesa no outro canto
Acabando o resto da coca-cola,
Fico sonhando ou não
Não sei!

1 comentário:

clara disse...

Está lindo! Não vale a pena dizer mais nada