segunda-feira, 18 de junho de 2007

CAPARICA NUMA TARDE DE DOMINGO



Sei apenas que era Domingo, ao meio da tarde o sol tentava romper. O mar, esse, verde e bravio esbarrava na muralha de pedra que percorre a larga passadeira esburacada que vai do "barbas" até à praia do norte. O areal da praia, engolido pelas marés vivas, mostra-se aqui e além em pequenos recantos junto aos paredões que quebram a fúria das águas. De nada me serve a brisa agreste que corre, só uma tempestade calaria a minha indignação. Sento-me nos degraus que descem para a praia ausente e olho o mar, só o mar quebra a minha solidão e sonho com vagas alterosas que inundassem a realidade que tenho nas minhas costas e plantassem de novo extensos areais e novas dunas, expurgadas de corpos daninhos. Apenas o mar e um homem novo poderão ser a realidade desse sonho que quebra a monotonia da minha solidão.

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