POEMA DEZASSEIS
Que recordações tenho eu de antanho
Quando as bombas caíam e a fome grassava?
Eu era pequenino, o mundo tamanho
A minha guerra era outra, comia e calava.
Que recordações tenho eu da savana
Que destroçou a juventude desamparada?
Eu era menino de pensamento e gana
Não queria ser homem de voz calada.
Que recordações tenho eu de Abril
Maré tempestade de palavra gritada?
Eu era menino e já pressentia o ardil
Dessa liberdade de boca embargada.
Que recordações tenho eu da Europa
Comunidade não por mim alargada
E que quer gerir o meu destino?
Não quero ser moeda de troca
Não vivo mais de boca fechada
Sou homem, não sou mais menino!
Presente de Páscoa
Há 13 anos
1 comentário:
lindo!
M.Clara
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