quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

POEMA DEZASSEIS




Que recordações tenho eu de antanho
Quando as bombas caíam e a fome grassava?
Eu era pequenino, o mundo tamanho
A minha guerra era outra, comia e calava.

Que recordações tenho eu da savana
Que destroçou a juventude desamparada?
Eu era menino de pensamento e gana
Não queria ser homem de voz calada.

Que recordações tenho eu de Abril
Maré tempestade de palavra gritada?
Eu era menino e já pressentia o ardil
Dessa liberdade de boca embargada.

Que recordações tenho eu da Europa
Comunidade não por mim alargada
E que quer gerir o meu destino?

Não quero ser moeda de troca
Não vivo mais de boca fechada
Sou homem, não sou mais menino!

1 comentário:

Anónimo disse...

lindo!
M.Clara