POEMA DEZASSETE
Durante anos fomos amantes, infiéis corpos em brando leito derramados
os teus rios eram lágrimas que escorriam pelas montanhas dos teus seios
bordejando as margens do teu corpo e desaguando no delta do teu ventre
Durante anos guardámos as palavras que ciciávamos ao teu ouvido
para que mais tarde pudéssemos engravidar o tempo
mas tu esqueceste-te das promessas envolvida que foste por essa serpente
que te enleou o corpo e da árvore te estendeu o pecado
Em brando leito somos sobressaltados pelo apodrecer da maçã
não somos mais amantes mitigamos a fome com pedaços de esperança
esperando firmes que os brandos ventos se diluam
e nasça em cada vontade a lança
que legitime o sonho do amanhã
Presente de Páscoa
Há 13 anos
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