quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

POEMA QUARENTA E DOIS

Como eu sofro por ti, terra, vila, cidade
quando agarro as palavras dos que sofrem
os males que os donos deste país espalham ao vento.

E as crianças e os velhos aspiram esse pólen
que os sufoca e asfixia. E não cospem nem vomitam
essa mistela venenosa que lhes injectam.

Como eu sofro por ti gentio do meu país
cabisbaixo e destroçado numa amálgama de desânimo
encostado às cordas sem poder vir à luta.

E sofrendo, eu sonho que tudo se pode voltar
se nos erguermos, se esquecermos os brandos costumes
e se acrescentarmos asas, podemos voar!

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