quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

SOBRE TIMOR

O quadro que abaixo trago ao blogue, faz parte de uma série de pinturas que fiz em relação a Timor, bem como alguns poemas que escrevi sobre este jovem país. Todos os impérios caem, e o nosso para não fugir à regra também se desmoronou. Timor tornou-se independente, mas está claramente dependente de tudo e de todos. Naquele tabuleiro de xadrez continua o jogo, e nós que fomos rei, rainha e bispo, somos agora um pequeno cavalo, que em saltos inopinados, tenta pôr ordem naquele campo minado. Relembro aqui e agora o poema intitulado "Povo Mauber" e que foi premiado num concurso de poesia da Câmara Municipal da Amadora.


POVO MAUBER

Trilharam caminhos
galgaram veredas
subiram montanhas
de mão em mão
pelo silêncio da noite
murmuraram a dor
morderam as lágrimas
sufocaram a emoção

Queimaram-lhes as casas
mataram-lhes os filhos
vergaram-lhes os corpos
em vão
derramaram-lhes o sangue
infernizaram-lhes a vida
mas os sonhos o carácter a alma
NÃO!

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